João Eloy de Souza Neves, chapadense de família tradicional, sendo os primeiros moradores do entorno da Praça Dom Wunibaldo, médico de formação e músico de coração, o Doutor do Rasqueado passa a assinar a coluna Conversa com João Eloy: que estará disponível no site e jornal Alô Chapada.
Médico, escritor, poeta, cantor e compositor, João Eloy é um dos grandes defensores da preservação da cultura Chapadense. Foi da porta da casa da família, que é tombada pelo Patrimônio Histórico, que ele viu as mudanças acontecerem no decorrer de sete décadas. “Nossas tradições são nossa maior riqueza. Essa preciosidade nós temos que preservar e valorizar”, diz.
O médico formou-se em 1972, no Rio de Janeiro, e voltou para atender na sua cidade natal, sendo o primeiro médico de Chapada dos Guimarães. Depois de algumas desventuras no exercício da Medicina, no Norte do Estado, foi convidado pelo então reitor da Universidade Federal de Mato Grosso, Gabriel Novis Neves, a ministrar aulas no curso de Medicina da Universidade, juntamente com a esposa Nádia Neves, grande companheira e incentivadora do Doutor do Rasqueado.
Aposentado da UFMT, após 44 anos de docência, João Eloy continua se dedicando à medicina e celebra a vida através da música, da poesia e das composições, em que relata, principalmente, o seu amor por Chapada dos Guimarães.
Ao longo de sua vida, João Eloy publicou diversos livros com histórias, poemas e crônicas de Chapada, o último livro publicado foi “No Zepelim da Chapada”, uma produção independente, que é ilustrado com gravuras do seu neto Vinícius Neves Ludke, de 11 anos.
O poema reproduzido abaixo, Nascentes, compõe o livro “Ressonâncias Poéticas”, publicado pela Editora Entrelinhas em 2015. A obra tem prefácio de Marília Beatriz, imortal da Academia Mato-grossense de Letras.
João Eloy promete trazer muitas histórias, curiosidades e arte para a coluna Conversa com João Eloy:
Nascentes
Mesmo quando eu
nem tu existirmos mais
ainda serei capaz
de passear e te encontrar
para presentear-te
com essas paisagens paradisíacas
onde nasceste, viveste e cresceste
e, não sei porque, saíste.
Mesmo quando não existirmos mais
Ainda ouvirás
Este sopro adocicado
de poemas
ainda não pronunciados
mas que, inteiros,
se escondem
adormecidos nos meus lábios.
João Eloy de Souza Neves
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