O mato-grossense Almir Júnior, atleta de salto triplo, publicou nas redes sociais, nesta terça-feira (25), uma carta aberta. Ele havia conquistado a medalha de bronze, com um salto de 17,22 metros, no Mundial Indoor de Nanjing, na China, mas acabou sendo desclassificado depois da prova por usar uma sapatilha de um modelo não listado pela World Athletics.
Na carta, Almir diz estar "destruído por dentro". "O que mais me destrói não é só perder uma medalha. É ver uma conquista dessa magnitude ser arrancada das minhas mãos. Isso não é apenas um pódio. É a consolidação de uma carreira. De um legado", escreveu o atleta.
Seria a segunda medalha em mundiais do mato-grossense, que ficou com a prata em Birmingham, na Inglaterra, em 2018.
"Todos sabem como é difícil ser um medalhista mundial no Brasil. Ser atleta profissional já é um ato de resistência - ser um dos melhores do mundo, então, parece impossível. Mas eu consegui. Já estive lá. Foi isso que mudou a minha vida", lamentou, lembrando da conquista em 2018.
Natural de Matupá (692 km ao norte de Cuiabá), Almir já havia feito história nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, quando recolocou o Brasil na final do salto triplo após 12 anos.
Ele ainda pontuou, na carta, que não recebeu nenhuma vantagem pelo uso da sapatilha em questão.
"Quem entende o mínimo de salto triplo sabe: nada me deu vantagem. Eu sou a vantagem. O que me levou até ali foi treino, suor, dor, e uma fé inabalável de que eu ainda tinha muito a mostrar ao mundo", afirmou.
Apesar de tudo, o atleta de salto triplo garantiu que nunca vai perder a "fome de vitória".
"Hoje, volto para o Brasil sem medalha mais uma vez. Mas com o coração cheio de vontade de derrubar o mundo de novo, se for preciso", garantiu.
O Mundial de Nanjing é o primeiro no ciclo olímpico para Los Angeles-2028.
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