As redes sociais tornaram-se um caminho sem volta para candidatos a cargos eletivos. Líderes políticos e especialistas em marketing eleitoral são unânimes ao afirmar que, atualmente, é preciso saber utilizar as plataformas para ampliar a atuação dos pleiteantes e manter o engajamento do eleitorado. Além disso, a mensagem que se deseja transmitir por meio das plataformas digitais é tão importante, ou até mais, do que o número de seguidores online.
O tradicional aperto de mão nas ruas tem, a cada dia, dividido mais espaço com as peças de campanha eleitoral veiculadas nas redes sociais. Se antes os candidatos apelavam para o corpo a corpo, agora o mundo digital é um aliado tão importante quanto na hora de atrair a atenção do eleitor e convencê-lo a depositar o voto nas urnas.
O posicionamento digital é crucial na pré-campanha política, pois amplia o alcance do pré-candidato e facilita a comunicação direta com um grande número de eleitores potenciais. As plataformas digitais permitem que os pré-candidatos disseminem suas mensagens, políticas e valores de forma rápida e eficiente, alcançando diferentes segmentos do eleitorado de maneira estratégica e econômica. As redes sociais, em particular, oferecem um canal para feedback imediato e diálogo contínuo, permitindo que os pré-candidatos ajustem suas estratégias e mensagens com base nas reações do público. Essa interação constante é essencial para construir uma relação de confiança e transparência, fundamentais para uma campanha política bem-sucedida.
A mobilização nas ruas nunca será totalmente substituída, mas é possível afirmar que as eleições já conquistaram um grande espaço no ambiente virtual. As redes sociais, além de funcionarem como uma ferramenta de divulgação, desempenham um papel essencial no relacionamento com os eleitores. Em muitas campanhas, o meio digital chega a superar o corpo a corpo nas ruas, mas isso não pode ser considerado uma regra universal, pois cada campanha tem suas particularidades.
Acredito que esses dois ambientes se complementam. Enquanto o digital permite um alcance mais amplo e segmentado por gênero, faixa etária e região, o corpo a corpo com os eleitores possibilita o contato com as demandas das comunidades e torna o candidato mais real.
A pandemia da Covid-19, em 2020, também impulsionou o uso do mundo digital como ferramenta de campanha para candidatos. Os políticos que já haviam iniciado o trabalho voltado para as redes antes desse período saíram em vantagem em relação àqueles que adotaram o método de maneira definitiva apenas por causa do cenário de restrição.
Durante a campanha de 2020, devido à pandemia, muitos políticos foram obrigados a se adaptar às redes sociais. Com o distanciamento social e os eleitores em casa, a internet assumiu o papel de protagonista nas eleições, especialmente em cidades que não contavam com programas eleitorais em rádio e TV. O maior desafio de algumas campanhas foi entender o digital como a principal, ou única, forma de fazer campanha, já que os movimentos de rua eram limitados. As candidaturas que já vinham construindo uma reputação digital antes da pandemia tiveram vantagem sobre aquelas que precisaram se adaptar naquele momento, reforçando a ideia de que a imagem de um candidato nas redes não se constrói da noite para o dia, sendo necessário planejamento.
Desde as últimas eleições municipais, é possível identificar um aumento considerável no uso de ferramentas digitais para os atos de campanha. Os modelos tradicionais de propaganda têm se tornado menos importantes no contexto atual, considerando, por exemplo, o impacto das redes sociais para o convencimento do eleitor. No entanto, apesar de servirem como instrumentos para potencializar o pedido de voto, muitas vezes são utilizadas para distorcer a verdade, criando uma realidade paralela, tudo para prejudicar um candidato ou um grupo político. As fake news, que já eram motivo de preocupação, deram lugar, agora, às deep fakes e à inteligência artificial, que possuem uma enorme capacidade de confundir o cidadão. A legislação para as eleições de 2024 facilitou o poder de polícia da Justiça Eleitoral para a remoção de conteúdos na internet, o que tem ajudado no combate à desinformação.
Tico Campos é Publicitário e Estrategista em Comunicação Política.
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Inteligência Artificial de Chapadão. 26/03/2025
Falou o óbvio. Mas muito bem colocado. Parabéns, nobre autor.
1 comentários