Brasileiros usuários da rede social X, antigo Twitter, compartilharam na noite desta terça-feira (08), a volta da plataforma após ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A rede estava bloqueada há cerca de 40 dias, desde 31 de agosto, após descumprimento de uma série de exigências judiciais. O Brasil, que contava com cerca de 20 milhões de usuários na rede, começou a recuperar o acesso por volta das 19h, algumas horas após a decisão ser anunciada.
Apesar da liberação, o retorno completo pode levar algum tempo, devido ao processo técnico realizado por milhares de provedores de internet no país. O Ministério das Comunicações estima que existam mais de 20 mil operadoras atuando no Brasil, o que pode fazer com que o acesso ao X seja restabelecido de forma gradual. Alguns usuários relataram dificuldades para carregar completamente a página ou utilizar o aplicativo, enquanto outros já conseguiram acessar a plataforma normalmente.
A decisão do ministro Moraes determinou que o desbloqueio fosse cumprido em até 24 horas, após a notificação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Até o fechamento desta reportagem, a Anatel e a associação dos provedores ainda não haviam se pronunciado sobre o caso.
Logo após o anúncio do desbloqueio, o perfil oficial do X voltado para assuntos governamentais publicou uma mensagem celebrando o retorno da plataforma no Brasil. “O X tem orgulho de estar de volta ao Brasil. Proporcionar a dezenas de milhões de brasileiros acesso à nossa plataforma indispensável foi prioridade durante todo este processo”, disse a rede social. O comunicado também destacou o compromisso da empresa com a liberdade de expressão, “dentro dos limites da lei”, em todos os países onde opera.
O bloqueio da rede social foi determinado após a empresa não cumprir prazos estabelecidos pelo STF, como a indicação de um representante no Brasil e o cumprimento de determinações judiciais, incluindo a suspensão de contas investigadas em processos judiciais. Durante o período de bloqueio, o CEO do X, Elon Musk, se posicionou contra a decisão, comparando Moraes a vilões da cultura pop, como personagens de “Star Wars” e “Harry Potter”.
A liberação do X ocorreu depois de a empresa informar ao STF que havia indicado um representante legal no Brasil, além de bloquear contas de nove investigados pelo Supremo e pagar R$ 28,6 milhões em multas referentes à demora no cumprimento das ordens judiciais.
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