No palco do Coachella, Lady Gaga não apenas se apresentou — ela encenou um espetáculo que muitos já consideram um marco na fusão entre música pop e teatro lírico. O show, carregado de teatralidade e dividido em atos, foi amplamente descrito como uma “ópera rock” ou “ópera dark pop”, evidenciando como o conceito clássico de ópera se transformou para dialogar com a estética contemporânea.
Esse mesmo conceito também aparece no novo projeto de Miley Cyrus. A cantora define seu álbum visual Something Beautiful como uma verdadeira “ópera pop”, reforçando a tendência de transformar álbuns musicais em narrativas cinematográficas e completamente cantadas. A primeira parte da obra, batizada de “Ato 1”, já foi apresentada com faixas como “Prelude”, “Something Beautiful” e “End of the World” — todas entrelaçadas sem espaço para diálogos falados, seguindo à risca o formato operístico.
Historicamente, a ópera surgiu na Itália do século XVII, com a obra Dafne de Jacopo Peri, considerada o ponto de partida do gênero. Desde então, a ópera se estabeleceu como uma forma artística que une canto, encenação e música orquestral em uma narrativa contínua. Ao contrário do teatro musical moderno, onde canções se intercalam com falas, a ópera se caracteriza por não conter diálogos falados — toda a comunicação acontece por meio da música.
Lady Gaga e Miley Cyrus, portanto, não estão apenas inovando dentro da música pop — estão resgatando uma tradição erudita e recontextualizando-a para as novas gerações. Seus projetos não apenas encantam os fãs com visual e som, mas também ampliam os horizontes do que pode ser considerado música popular.
Se antes a ópera era restrita a teatros e públicos seletos, agora ela pulsa no centro da cultura pop, embalando multidões em festivais e plataformas de streaming. O clássico e o moderno, enfim, se encontram — e cantam juntos.
As músicas que Lady Gaga nunca tirou das turnês
Faltando menos de 30 dias para um dos eventos mais aguardados do ano, a expectativa em torno do megashow gratuito de Lady Gaga na Praia de Copacabana só cresce. Agendado para o dia 3 de maio, o espetáculo deve atrair cerca de um milhão de pessoas à orla carioca, segundo estimativas da Prefeitura do Rio de Janeiro, que destinou US$ 15 milhões ao projeto.
Os fãs da artista já estão em clima de contagem regressiva e especulam quais músicas farão parte da setlist da apresentação, que promete ser grandiosa. Algumas canções, como as inéditas “Die With a Smile” e “Abracadabra”, estão praticamente confirmadas no repertório. No entanto, o que mais Gaga irá cantar ainda permanece em mistério.
Enquanto a artista se prepara para sua performance no Festival Coachella, marcada para os dias 11 e 18 de abril — onde deve antecipar parte do que mostrará no Brasil —, os admiradores já podem contar com a presença de cinco músicas que nunca ficaram de fora de suas turnês. Esses verdadeiros hinos acompanham Lady Gaga desde os primeiros anos de carreira e são presença garantida em qualquer show da diva pop.
Entre elas está “Just Dance”, o single que deu início à sua trajetória meteórica em 2008, além de “Poker Face”, que a consolidou como um fenômeno global ao conquistar o topo das paradas mundiais no mesmo ano. Outro destaque é “Bad Romance”, uma das canções mais emblemáticas de seu repertório, que lhe rendeu Grammy e certificado de diamante nos EUA.
“Telephone”, dueto com Beyoncé lançado em 2009, também é figurinha carimbada nos palcos, principalmente por seu videoclipe icônico e a colaboração lendária entre as duas estrelas. Por fim, “Born This Way”, lançada em 2011 e considerada um verdadeiro manifesto de inclusão e diversidade, se mantém como uma das faixas mais poderosas da discografia da cantora.
Com a possibilidade de um show também em São Paulo sendo considerada nos bastidores, a passagem de Lady Gaga pelo Brasil deve marcar um novo capítulo em sua carreira, especialmente em um momento em que ela planeja reposicionar sua imagem com a nova turnê, “The Mayhem Ball”.
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