O Parque Nacional de Chapada dos Guimarães abriga 659 espécies conhecidas de plantas e mais de 360 espécies de animais, entre mamíferos, aves, répteis e anfíbios.
O território também conserva dez tipos diferentes de vegetação do Cerrado, além de sítios arqueológicos e formações rochosas com registros geológicos de milhões de anos.
“Guardião da água”
A imagem mais emblemática do parque é a Cachoeira Véu de Noiva, que despenca de um paredão de 86 metros e atrai milhares de visitantes por ano. O que muitos turistas não sabem é que o rio que forma essa queda d’água, o Coxipozinho (ou Coxipó-Mirim), é o mesmo que abastece cerca de 280 mil pessoas em Cuiabá.
Cachoeira Véu de Noiva em chapada
Cachoeira Véu de Noiva era originalmente chamada de ‘Bocaina do Inferno’. (Foto: MMA)
Dentro do parque, nascentes como as dos rios Claro, Paciência e Salgadeira alimentam o sistema hídrico da região e também contribuem diretamente para o Rio Cuiabá, um dos principais formadores do Pantanal Mato-grossense, bioma que já sente os efeitos das mudanças climáticas e da redução do regime de chuvas.
“O parque é um verdadeiro guardião da água. A proteção que fazemos aqui garante que o ciclo das águas continue fluindo para além dos limites da unidade, sustentando tanto a cidade quanto o Pantanal”, afirma Fernando Ferraz, gestor do parque.
Acesso, turismo e conservação
Aberto à visitação todos os dias do ano, inclusive feriados, o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães oferece nove atrativos turísticos, entre eles trilhas, mirantes e cachoeiras. O Circuito das Cachoeiras, a Casa de Pedra e o Mirante do Centro Geodésico da América do Sul são alguns dos destinos mais procurados.
Com o aumento do turismo, também cresce o desafio da conservação. A visitação é controlada por meio de agendamento, e a equipe do parque atua com fiscalização constante, ações de educação ambiental e planos de manejo voltados à preservação da fauna e da flora.
“A missão é garantir que esse patrimônio esteja disponível para as gerações de hoje e para aquelas que ainda virão. O parque é um espaço de contemplação, mas também de responsabilidade coletiva”, destaca a equipe responsável pela unidade.
Pressões ambientais e resiliência do Cerrado
Apesar da beleza exuberante, o parque não está imune às pressões externas. A expansão urbana desordenada, os incêndios florestais e a redução do regime de cheias nas áreas pantaneiras colocam em risco o delicado equilíbrio entre vegetação, fauna e fluxo das águas.
Estudos recentes indicam que as nascente e os cursos d’água da Chapada têm enfrentado maior estresse hídrico. A estiagem prolongada nos últimos anos compromete a recarga das lagoas e a sobrevivência de espécies dependentes dos ciclos de inundação.
Ainda assim, o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães permanece como um dos últimos redutos preservados do Cerrado em Mato Grosso, um bioma que já perdeu cerca de 50% de sua cobertura original.
Viagem inesquecível
Na véspera do aniversário, o analista de RH Rafael Melo desembarcou com a esposa e a sogra vindos de Manaus. Após trilhas e mergulhos gelados, ele registrou a experiência em um diário de bordo online.
“A cada cachoeira, parece que a energia se renova. A sensação é de reconexão com a natureza. A Chapada é um presente”, relatou o visitante.
Enquanto o parque chega aos 36 anos, o desafio que permanece é o mesmo desde a sua criação: conciliar uso público e conservação, mantendo viva a essência do Cerrado, da água e das paisagens que encantam o Brasil — e o mundo.
Entre no grupo do Alô Chapada no WhatsApp e receba notícias em tempo real