Kanye West voltou a gerar revolta após compartilhar declarações antissemitas na plataforma X (antigo Twitter). Em suas postagens, o rapper afirmou: “Eu sou um nazista”, exaltou Adolf Hitler ao chamá-lo de “incrível” e declarou gostar quando “judeus dizem que não podem trabalhar comigo”.
Além disso, reforçou que “nunca se desculparia por seus comentários sobre os judeus”.
As publicações rapidamente provocaram reações de diversas entidades judaicas, incluindo a Liga Antidifamação (ADL) e o Comitê Judaico Americano (AJC), que condenaram veementemente as falas de Kanye e alertaram para o impacto de discursos de ódio.
Jonathan A. Greenblatt, CEO da Liga Antidifamação, divulgou um comunicado repudiando as declarações do artista. “Mais uma vez, vemos uma manifestação flagrante de antissemitismo, racismo e misoginia nas redes sociais de Kanye West.
Há poucos anos, identificamos que 30 incidentes antissemitas nos Estados Unidos estavam diretamente ligados às declarações que ele fez em 2022. Esse tipo de comportamento é perigoso e precisa ser reconhecido pelo que realmente é: uma incitação ao ódio”, afirmou Greenblatt.
O executivo ressaltou ainda a influência de Kanye e os riscos de suas falas. “Sabemos muito bem como esse jogo funciona. Ele busca atenção ao culpar os judeus por problemas e espalhar teorias conspiratórias. O problema é que, com sua grande plataforma, ele amplifica o antissemitismo para milhões de pessoas. Palavras têm consequências, e, como já testemunhamos no passado, discursos de ódio podem resultar em atos de violência no mundo real.”
Kanye West: Comitê Judaico Americano reforça alerta sobre riscos da retórica antissemita
O Comitê Judaico Americano também se posicionou contra as falas de Kanye, destacando que ele continua a “usar sua influência para espalhar discursos de ódio contra os judeus”. Em sua declaração, a organização ressaltou que, embora algumas pessoas possam minimizar as declarações do rapper, é impossível ignorar os efeitos nocivos que elas podem gerar.
“As redes sociais são o ambiente onde o antissemitismo tem se espalhado com mais intensidade nos últimos anos. Quando uma figura pública como Kanye West dissemina esse tipo de conteúdo para milhões de seguidores, coloca a comunidade judaica em risco. O ódio, quando não combatido, se multiplica”, diz o comunicado da AJC.
A entidade ainda fez um apelo a outros influenciadores e figuras da indústria do entretenimento para que se posicionem contra esse tipo de discurso. “Precisamos que aqueles com visibilidade denunciem essa retórica perigosa e não permitam que o ódio se normalize.”
Não é a primeira vez que Kanye West enfrenta críticas por discursos antissemitas. Em 2022, ele já havia sido suspenso do Twitter após afirmar que pretendia lançar um “ataque mortal 3 contra os judeus”. As declarações provocaram uma grande repercussão negativa e levaram a Adidas a encerrar sua parceria com o artista.
Diante do novo episódio, cresce a preocupação sobre o impacto da retórica antissemita e a responsabilidade de figuras públicas no combate ao ódio. Enquanto Kanye continua a causar controvérsias, entidades judaicas e grupos de direitos humanos reforçam a importância de não permitir que discursos prejudiciais se tornem comuns na sociedade.
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