O ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter morreu neste domingo (29) aos 100 anos, de acordo com o jornal The Washigton Post. O periódico confirmou a informação com o filho do ex-presidente.
Democrata, Carter foi senador e governador da Geórgia antes de chegar à presidência em 1977. Ele enfrentou durante todo o mandato uma recessão econômica e crise energética, bem como uma disputa diplomática com o Irã que resultou no sequestro de 52 americanos, que só foram soltos na gestão do presidente Reagan.
Após seu mandato como presidente, Carter continuou atuando politicamente como filantropo, por meio da Fundação Carter, criada em 1982. Por organizar missões diplomáticas pelo mundo, ele ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2022.
A vida de Jimmy
James Earl Carter Junior nasceu em 1º de outubro de 1924 na zona rural do estado da Geórgia. Filho de um fazendeiro e uma enfermeira, passou pela Faculdade do Sudoeste da Geórgia e pelo Instituto de Tecnologia do estado, mas se formou bacharel em Ciência em 1946 pela Academia Naval dos Estados Unidos.
Ainda em 1946, casou-se com Rosalynn Smith.
Carter serviu na Marinha em submarinos nos oceanos Atlântico e Pacífico, e chegou ao cargo de tenente. Além disso, entrou no programa de submarinos nucleares e se formou em tecnologia de reatores e física nuclear.
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Em 1953, após a morte do pai, Jimmy saiu da Marinha e voltou para sua cidade natal para assumir a fazenda da família.
Atuação política
A atuação política de Jimmy começou na cidade em que nasceu, Plains, como administrador da educação, do hospital e da biblioteca local. Logo se filiou ao Partido Democrata.
Ele foi eleito senador pelo estado da Geórgia em 1962 e reeleito em 1964. Ganhou notoriedade por ser contrário a leis que tiravam os direitos políticos das pessoas negras.
Foi eleito governador da Geórgia em 1970, ao apresentar um plano mais conservador, com apoio de defensores da segregação racial. No entanto, já no discurso de posse, defendeu o fim da discriminação racial no estado.
Como governador, Carter enxugou os gastos das agências públicas e legalizou o aborto com restrições, embora se opusesse pessoalmente como batista fervoroso.
Carter na Casa Branca
Ainda como governador, em 1974 Jimmy anunciou que iria concorrer à Casa Branca na eleição que aconteceria dali a dois anos. Ele ganhou o pleito e se tornou o 39º presidente dos Estados Unidos.
A gestão Carter enfrentou aumento dos preços de energia, motivados pela crise do petróleo em 1973, e altos índices de inflação. No período, o país sofreu uma queda na taxa de crescimento.
Quanto à política internacional, Jimmy mediou um acordo histórico entre Israel e Egito em 1978 e liderou um boicote às Olimpíadas de 1980, realizadas em Moscou, por conta da guerra soviética no Afeganistão.
Crise dos reféns
Enquanto presidente, Carter cedeu asilo a um opositor do aiatolá Khomeini, que tinha tomado o poder no Irã. Como retaliação, militantes islâmicos sequestraram 52 pessoas na embaixada dos Estados Unidos em Teerã, em 1979.
O presidente falhou no diálogo diplomático e autorizou uma operação militar sem sucesso que resultou em oito mortes. Os reféns só foram libertados 444 dias após o sequestro, durante a gestão Reagan.
Vida após a presidência
Após a sua gestão como presidente, Carter retornou à cidade natal e retomou o controle dos negócios da família. Além disso, passou a dar aulas.
Em 1982, criou o Centro Carter, instituto sem fins lucrativos para abordar "questões nacionais e internacionais de políticas públicas". Por meio da entidade, Jimmy promoveu ações humanitárias em países como Haiti, Coreia do Sul e nações africanas.
Pela promoção de soluções pacíficas em conflitos internacionais, Carter recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2002.
Junto de Rosalynn, o ex-presidente teve quatro filhos. Um de seus netos ingressou na política como senador da Geórgia pelo Partido Democrata em 2010.
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