Mato Grosso enfrenta uma grave crise de saúde pública: o suicídio. Um estudo recente revelou um aumento alarmante nas taxas de suicídio no estado, com um perfil cada vez mais complexo das vítimas. A pandemia de Covid-19, embora não tenha sido o único fator desencadeante, intensificou a crise e alterou os métodos utilizados.
Entre 2015 e 2021, Mato Grosso registrou 1.512 mortes por suicídio, superando a média nacional em diversos anos. O perfil das vítimas também se modificou: enquanto até 2020 a faixa etária mais afetada era entre 20 e 29 anos, em 2021 a maior parte dos casos ocorreu entre 30 e 39 anos. Homens continuam sendo a maioria das vítimas, com destaque para os solteiros, que apresentaram um aumento de 122% nas taxas de suicídio no período analisado.
A pandemia de Covid-19, com suas consequências para a saúde mental e a economia, agravou a situação. O isolamento social e a incerteza financeira contribuíram para o aumento do estresse e da depressão, fatores de risco conhecidos para o suicídio.
O estudo, conduzido por Sheila Maria de Luna Nascimento, Fernanda Braga de Almeida, Rogério Pereira Sebba Filho, Lívia Maria Ribeiro, Vykthor Maryanno Gomes Timóteo, Iracema Nascimento e Luciana Mendes Oliveira,revelou mudanças significativas nos métodos utilizados para tirar a própria vida.
Enquanto o enforcamento, estrangulamento e sufocação continuam sendo os métodos mais comuns, houve um aumento expressivo na auto-intoxicação e no uso de objetos cortantes e contundentes, especialmente durante a pandemia.
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