Uma investigação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) revelou um esquema alarmante: Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs) estariam fornecendo armas e treinamento para integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) com o objetivo de realizar ataques violentos conhecidos como “Novo Cangaço”.
A operação, que já resultou na denúncia de 18 pessoas, apontou que CACs estariam treinando membros da facção criminosa a manusear armas de alto poder destrutivo, preparando-os para ações como roubos a bancos, carros-forte e ataques a cidades.
A investigação começou após um ataque em Confresa, Mato Grosso, onde um dos criminosos presos tinha ligação direta com o PCC e morava em São Paulo. A partir desse caso, as autoridades descobriram que um grupo de CACs estava fornecendo armas e munições para a facção, que utilizava esse material em diversos ataques pelo país.
Além de Confresa, a organização criminosa financiada pelos CACs estaria envolvida em ataques semelhantes em Criciúma (SC), Guarapuava (PR) e Araçatuba (SP). Os criminosos também são investigados por diversas execuções em Avelino Lopes (PI) e disputa de ponto de venda de drogas em Osasco (SP).
O perigo das armas em mãos erradas
O delegado da Polícia Federal, Jeferson Di Schiavi, alerta para a facilidade com que os CACs conseguem adquirir armas e munições, o que facilita a proliferação desse tipo de crime. “A aquisição de armas pelo PCC não é novidade. Mas, a partir do momento em que os CACs conseguem essa facilidade de ter acesso ao armamento, aquisição de munição e acabam não usando e cedendo para os criminosos, isso facilita as ações de domínio de cidade e novo cangaço”, explica.
O promotor de Justiça Eduardo Veloso complementa: “O grupo também é investigado por diversas execuções em Avelino Lopes (PI) e pela disputa de território para o comércio de drogas em Osasco, na Grande São Paulo. É um grupo que atua em todo país, mas com base em São Paulo e com grupos bem atuantes no Norte e no Nordeste do país”.
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