Durante o período da minha internação hospitalar, fiz o possível para não deixar de publicar minhas crônicas.
No que toca à de hoje, já tive o ensejo de escrever duas com essa temática, significativa em minha trajetória.
Problemas é o que não me falta nessas ocasiões, ainda mais por ser o protagonista.
Pensando no pobre do leitor, forçado a degustar verdadeiros ‘prontuários médicos’, decidi parar de escrever por certo tempo. Os achaques teimam em me fazer companhia.
Pelo menos até que esta fase finde, rogando a Deus não seja longa! Assim, meu cérebro terá seu repouso merecido e tranquilizador.
Ficará desligado de certas preocupações que envolvem a cidade, à semelhança do desmoronamento de parte dos paredões do Portão do Inferno, dificultando o trânsito que nos leva a Chapada.
Terei mais tempo para verificar tantas coisas belas que a natureza nos oferece. E até tempo demais para colher dados com vista à declaração anual do meu Imposto de Renda.
O camarada que inventou essa tal cobrança — logo apelidada de ‘Carne Leão’ — caiu em desgraças com o povo, que quer esganá-lo.
Está sempre a ‘garfar’ dos que mais trabalham, os quais encontram, em suas economias, um apoio para amenizar as agruras.
Este ano, o preenchimento do meu imposto de renda, será uma ‘barbada’ para a contadora.
A bem-dizer, não terei nada a acrescentar aos meus proventos que possa ser onerado. E saber que a sede do governo se agiganta, a cada dia mais voraz!
Já ficou longe o tempo de usufruir férias encantadoras, quando recorria a viagens em hotéis estrelados.
O tempo de que disponho — esta a verdade — é para ‘gastar’ em gente que cuide de mim, dado que já não me dou ao luxo de sair de casa.
Ideia é navegar por esse mundo do pensamento pouco conhecido e descobrir lindezas que nos enriqueçam. Riquezas que o Leão não pode ‘morder’.
As borboletas da dúvida voam à minha volta: daí a dificuldade de encerrar esta crônica.
Preciso me revestir de uma couraça para tomar esta decisão difícil: estou a me privar de um dos prazeres que mais curto: ausentar-me do ato de escrever.
A vida é uma colcha de retalhos, envelopada com as experiências do dia a dia. O que nos está reservado para o dia de amanhã, quem é que sabe, senão Deus?
Vou interromper minhas crônicas por alguns dias.
Pretendo voltar energizado, disposto a lançar luzes sobre este período de reflexão.
Ah, prometo não recorrer ao estilo de ‘prontuário médico’! Agradeço-lhes a compreensão.
Gabriel Novis Neves é médico e ex reitor da UFMT
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Duseni noleto meira 22/03/2024
Vamos sentir falta mas entendemos , nossa geração está vivenciando momentos de transição decepção e mudança de valores. Muita paz.
1 comentários