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Opinião Quarta-feira, 23 de Outubro de 2024, 15:00 - A | A

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GABRIELA CARVALHO

Um chamado à autenticidade na comunicação

Gabriela Carvalho

Nos dias de hoje, em meio ao imediatismo e à digitalização, com o crescente avanço da Inteligência Artificial (IA) generativa, é cada vez mais evidente que a comunicação está perdendo eficiência em muitos aspectos intrínsecos. A agilidade e a superficialidade têm tomado o lugar da profundidade e da qualidade na troca de informações, tanto no ambiente empresarial quanto no espaço público.

Empresas, na ânsia de se destacarem nas redes sociais, acabam competindo consigo mesmas, priorizando a rapidez da entrega de seus produtos e conteúdos em detrimento da substância. A velocidade de publicação tornou-se uma métrica de sucesso, e, assim, os detalhes que agregam valor e credibilidade aos produtos e serviços oferecidos são negligenciados. A consequência disso é a proliferação de materiais rasos, desprovidos de referências sólidas e de autenticidade, gerando uma comunicação que dificilmente impacta de maneira significativa.

Esse cenário de superficialidade não se limita ao ambiente corporativo. As autoridades, figuras públicas e representantes institucionais, em uma tentativa de se conectarem com o público e estarem "antenadas" com as tendências, frequentemente se distanciam de sua verdadeira essência. Envolvem-se em uma comunicação que, em vez de reforçar sua credibilidade, as transformam em meras "personas" artificiais, desenraizadas de autenticidade. O efeito disso é uma imagem pública distorcida, que afeta diretamente sua capacidade de transmitir confiança e competência. O foco na informalidade e nas brincadeiras pode até trazer engajamento temporário, mas não sustenta a seriedade necessária para tratar questões relevantes com o devido peso.

Em meio a esse contexto, temas de grande importância, que deveriam ser comunicados com clareza e responsabilidade, acabam sendo ofuscados por distrações. A busca incessante por visibilidade e aceitação nas redes sociais transforma a comunicação em um espetáculo efêmero, onde o conteúdo se perde em meio a tendências passageiras e transições tecnológicas, deixando a essência da mensagem em segundo plano. A pergunta que fica é: qual é a verdadeira mensagem que estamos passando? Muitas vezes, ela se dissolve em meio ao ruído das "trends" e ao fascínio pelas novidades, sem deixar um impacto duradouro.

O chamado que se faz necessário é simples, mas poderoso: precisamos despertar para a importância de uma comunicação consciente e coerente. Cada indivíduo, seja ele uma autoridade, um empresário ou um comunicador, deve estar atento à sua postura, à sua essência e à forma como se expressa. A comunicação é, em última análise, um reflexo de quem somos. Através da palavra, da escrita e até mesmo da comunicação não verbal, projetamos ao mundo aquilo que temos de mais profundo em nosso interior. Quando nos desconectamos de nossa autenticidade, a mensagem que transmitimos perde força e impacto.

Vivemos em uma sociedade que valoriza cada vez mais a transparência e a verdade. As pessoas anseiam por uma comunicação que vá além de efeitos visuais ou sons envolventes. O que realmente importa é a capacidade de transmitir mensagens significativas, que possam transformar a vida das pessoas de maneira positiva. Precisamos retomar essa noção e lembrar que o verdadeiro poder da comunicação reside na sua capacidade de tocar a essência humana, não apenas de acumular curtidas e métricas de engajamento.

É inegável que as redes sociais e a IA têm seu valor. São ferramentas poderosas, e quando usadas de maneira consciente, podem servir para disseminar boas práticas, promover a cidadania e elevar a consciência coletiva. No entanto, não podemos permitir que esses recursos tecnológicos nos afastem de nossa essência. A comunicação eficaz não é apenas sobre estar em todos os lugares ao mesmo tempo, mas sim sobre estar presente de maneira genuína e entregar uma mensagem que faça sentido, que inspire, que eduque.

Portanto, é necessário lembrar que a verdadeira comunicação é aquela que transforma. Não se trata de seguir modismos, mas de usar as ferramentas digitais com propósito, sempre com um compromisso com a verdade e com o impacto positivo. Se queremos fazer a diferença, precisamos nos reconectar com o que somos e garantir que nossas palavras e ações estejam alinhadas com essa essência. Afinal, no fim das contas, o que realmente fica é a transformação que conseguimos gerar.

Gabriela Carvalho é pós-graduada em Jornalismo Empresarial e Assessoria de Imprensa, com expertise em Comunicação Social e Relações Institucionais

 

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