Com mais de 80 mil toneladas de soja embarcadas diariamente no maior terminal de grãos da América Latina, em Rondonópolis (MT), a robusta operação ferroviária da Rumo deve expandir os volumes transportados a partir dos novos recordes na safra de soja. Conforme dados do Instituto Mato-Grossense De Economia Agropecuária (Imea), a previsão é que Mato Grosso na atual temporada colha 44,3 milhões de toneladas de soja, diante de uma produtividade média de recorde de 61,59 sacas por hectare. No contexto nacional, a produção de Mato Grosso representa 30% da produção.
O terminal da Rumo em Rondonópolis conta com 15 moegas rodoviárias e três tulhas ferroviárias que permitem carregar três trens simultaneamente. Estruturado com equipamentos de última geração, o complexo multimodal recebe em média 1.800 caminhões por dia. Do local, saem todos os dias trens de 120 vagões que carregam em média 11.500 toneladas úteis, equivalente a capacidade média de 261 caminhões.
“É um modelo operacional consolidado e extremamente eficiente. O desenvolvimento que acompanhamos em Rondonópolis, chegará no futuro há outras regiões conforme avançarmos com as obras da nova ferrovia de Mato Grosso”, destaca o diretor Comercial da Rumo, Altamir Perottoni.
Conforme o estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2021/22 a 2031/32 -- da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a produção de grãos no Brasil deve aumentar 36,8% nos próximos dez anos, chegando a 370,5 milhões de toneladas na safra 2031/2032.
Para Altamir, a construção da nova ferrovia é essencial para que o setor logístico acompanhe esse avanço. “Chegar até Lucas do Rio Verde representará mais eficiência e menos custos para o produtor. É uma obra robusta e um projeto transformacional para o Estado de Mato Grosso”, afirma.
Cronograma das obras e geração de empregos
Com custo estimado entre R$ 14 e R$ 15 bilhões, a Ferrovia de Integração Estadual de Mato Grosso tem vocação para interligar a região de Cuiabá às cidades do Norte e do Sul do Estado, bem como à malha ferroviária nacional. O projeto prevê mais de 700 quilômetros de extensão ferroviária, passando por 16 municípios, incluindo Campo Verde e Nova Mutum.
Neste primeiro semestre de 2023, a empresa iniciará as obras de terraplanagem e drenagem dos primeiros 211 quilômetros previstos até Campo Verde. O investimento nesse trecho ficará entre R$ 4 bilhões e R$ 4,5 bilhões. A previsão é que as operações ferroviárias iniciem efetivamente em 2026. A capacidade instalada nesse trecho ficará entre 32 milhões e 35 milhões de toneladas por ano.
Dados do Observatório da Indústria da Fiemt (Federação das Indústrias de Mato Grosso) apontam que a geração de empregos será um dos grandes legados durante a execução das obras. A estimativa é que sejam gerados mais de 200 mil empregos no Estado. Desse total, 114 mil devem ser diretos, 44 mil indiretos e 44 mil induzidos (ou seja, aqueles gerados por conta da melhora da renda das famílias mato-grossenses, que irá aumentar e criará mais empregos).
Rumo destaca capacidade operacional da ferrovia e a geração de empregos nos próximos anos. Divulgação Rumo
"Essa é uma obra estruturante e de grande impacto para o nosso estado e que tem ligação direta ou transversal com a indústria. Seja na própria construção ou nos efeitos multiplicadores com as obras concluídas. A ferrovia trará mais competitividade para as nossas atividades econômicas e vai gerar diversas oportunidades para a nossa população", avaliou o presidente da Fiemt, Silvio Rangel.
Cursos de capacitação profissional
A Rumo, em parceria com a FIEMT e o SENAI, estão organizando cursos de capacitação para profissionais com o objetivo de valorizar a mão de obra local e gerar novas oportunidades. O calendário e a definição dos cursos devem ser divulgados nas próximas semanas. A capacitação será voltada para cursos que envolvem a construção civil.
*Com informações Loures Comunicação
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