A qualidade de vida no trabalho tem sido um fator cada vez mais procurado pelos profissionais, principalmente entre os mais jovens. Diversos estudos apontam como a preocupação com o bem-estar, a saúde física e emocional são diferenciais competitivos na busca por talentos pelas empresas.
Durante a campanha Outubro Rosa, é fundamental retomar este tema tão importante na vida de todos nós, principalmente entre as mulheres, que nas últimas décadas se tornaram multitarefas. Além da preocupação com a saúde, outro ponto de análise é que fazer mais, em quantidade, costuma prejudicar muito a produtividade, o que é ruim para a vida e os negócios!
Afinal, o que é autocuidado? Depende, muitas pequenas ações no cotidiano podem entrar nessa lista: ter rotina organizada e com tempo de qualidade para si mesma (ainda que seja para descansar), fazer um curso, ter hobbies, cuidar do corpo, da mente e construir bons relacionamentos são alguns exemplos.
No Brasil, 84% dos brasileiros buscam ter uma rotina de autocuidado, mas apenas 30% conseguem, revelou pesquisa Ibope (2020). Segundo o levantamento, a maioria não conseguia incluir no dia a dia ações necessárias, cenário que as empresas podem mudar se aplicarem uma política interna de incentivo a um estilo de vida saudável entre os funcionários.
Implementar essas práticas pode trazer benefícios significativos, como melhoria na saúde mental, segurança e conforto psicológico, e ainda prevenir o esgotamento físico e mental que, em médio e longo prazo, podem gerar quadros de adoecimento, entre eles, burnout, depressão, crises de pânico, entre outras doenças.
Buscar suporte psicológico quando necessário é um aspecto importante do autocuidado emocional, que pode levar a um melhor desempenho no ambiente de trabalho. Apesar de serem de responsabilidade dos colaboradores, as empresas podem trabalhar ativamente para incentivá-lo por meio de programas de bem-estar, horários de trabalho flexíveis e treinamentos de gerenciamento de estresse.
Qual é a relação entre autocuidado e produtividade? Além de revitalizar a mente, o autocuidado aprimora outros aspectos igualmente indispensáveis para o pleno desempenho profissional, como a capacidade de manter a concentração, a criatividade e a produtividade no trabalho estáveis e em alta.
Como sabemos, essa tríade é o grande diferencial das corporações que são referência em seus segmentos de mercado. Para chegar lá e, sobretudo, manter uma boa posição, todas elas têm algo em comum: justamente o cuidado dedicado à saúde integral dos funcionários.
Como nutricionista, faço questão de frisar que os pilares da qualidade de vida e do autocuidado passam por dieta balanceada, exercícios regulares, sono adequado e uso moderado do celular ou de telas de modo geral, principalmente no trabalho, pode ajudar a minimizar distrações e aumenta a sua eficiência.
Pode parecer óbvio, mas se a ideia é implementar uma cultura de autocuidado na empresa, as pessoas precisam se sentir à vontade para colocá-la em prática diariamente. Pouco adianta planejar um superevento, convidar especialistas renomados para uma palestra, porém continuar com uma cultura avessa ao discurso. As recomendações devem encontrar eco no cotidiano da empresa.
Cada empresa é única, então, o ideal é que possamos adaptar as estratégias às possibilidades, necessidades e os recursos disponíveis. A proposta é criar um ambiente que promova a saúde, a produtividade e a satisfação geral, porque isso vai ser percebido lá fora, pelos seus clientes. O ditado diz que devemos ser a mudança que esperamos no mundo, que tal começar agora?
*Danielle Ruiz é palestrante e coaching de alta performance, Master programação neurolinguística, Gestão de Equipes, A ciência do bem-estar pela Universidade de Yale.
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