A exposição “Daninhas na Torre das Donzelas” já está disponível na Praça do Residencial Paiaguás, em Cuiabá, e ficará exposta até dia 3 de janeiro de 2025. A mostra reúne fotografias e poemas que homenageiam mulheres que lutaram pela democracia e justiça durante a ditadura militar brasileira, após o Golpe de Estado em 1964, relacionando suas histórias com a resistência das plantas daninhas encontradas nos espaços urbanos.
A exposição, assinada pelas artistas Mari Gemma De La Cruz e Divanize Carbonieri, propõe uma analogia poética e visual entre a força das mulheres presas e torturadas no presídio conhecido como “Torre das Donzelas” e a resiliência das plantas daninhas, que desafiam o processo de urbanização, queimadas e o modelo de agronegócio.
Em um formato inovador, o projeto substitui galerias por um espaço público, reforçando a acessibilidade e o impacto social da obra.
Os paineis da exposição apresentam a história de mulheres que enfrentaram o cárcere e tortura, como a mato-grossense Guida Amaral, acompanhadas da imagem de plantas daninhas.
A proposta evidencia o alinhamento entre a luta feminina e a resistência e resiliência das plantas daninhas, destacando como ambas desafiam condições adversas e continuam a criar possibilidades de vida.
A mostra é parte do projeto cultural selecionado pelo edital Gambira Cultural da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Cuiabá, com financiamento da Lei Paulo Gustavo, e já está disponível desde 03 de novembro. O público pode visitar a exposição gratuitamente de das 8h às 18h.
“Daninhas na Torre das Donzelas” é mais que uma homenagem; é um convite à reflexão sobre a resiliência, resistência e a força das mulheres e da natureza frente aos desafios impostos por um sistema opressor.
Sobre as Artistas
Mari Gemma De La Cruz é artista visual interdisciplinar, mestre em Saúde e Ambiente e iniciou sua carreira aos 53 anos, em 2016, suas práticas artísticas incluem fotografia, poesia visual, performance, vídeo e intervenção em espaços urbanos ou naturais.Comprometida com transformações sociais emancipadoras, suas criações resultam de pesquisas numa perspectiva ‘biopsicosocioambiental’, abordando questões cotidianas relacionadas ao feminismo e meio ambiente. Recebeu premiações e conquistou reconhecimento internacional por seu estilo único e provocativo. Participou de exposições no Brasil, Argentina, Áustria, Bolívia, Chile, Espanha, Honduras, México e Portugal. Rede social: @marigemma.art.
Divanize Carbonieri é doutora em Letras e professora de literaturas de língua inglesa na UFMT. Já publicou onze livros de ficção, entre eles, Entraves (poesia, 2017), contemplado com o Prêmio Mato Grosso de Literatura; Passagem estreita (contos, 2019), finalista do Prêmio Jabuti; A ossatura do rinoceronte (poesia, 2020), vencedor do Prêmio Flipoços; Nojo (contos, 2020) e Nave alienígena (contos, 2022). Integra o Coletivo Literário Maria Taquara, ligado ao Mulherio das Letras – MT, e ocupa a cadeira 17 da Academia Mato-Grossense de Letras. Rede social: @divanizecarbonieri.
Entre no grupo do Alô Chapada no WhatsApp e receba notícias em tempo real