Você sabia que a caderneta de poupança no Brasil tem 162 anos? É isso mesmo! Um dos produtos financeiros mais antigos do País, usado pela maioria dos brasileiros na hora de formar uma reserva de emergência tem mais de um século. Ela é tão especial que ganhou até um dia. Em 31 de outubro foi comemorado o Dia Mundial da Poupança, instituído em 1924. No entanto, mais que falar deste produto, o objetivo da data é promover uma reflexão sobre o ato de poupar, sobre a relação das pessoas com o dinheiro, o consumo consciente e a importância do planejamento financeiro.
Apesar de tanta idade e de ser o instrumento preferido das pessoas para “guardar dinheiro” e “investir”, o hábito de poupar ainda está longe de ser uma prioridade da população brasileira. É o que apontam dados da 6ª edição do Raio-X do Investidor Brasileiro, divulgada pela Anbima recentemente. O levantamento aponta que mais de 60% dos brasileiros não possuem nenhuma reserva financeira e entre aqueles que possuem aplicações, 26% afirmaram utilizar a caderneta de poupança para investir os recursos.
Para você que se enquadra no universo de pessoas que ainda não têm dinheiro guardado, a consultora de Negócios do Sicredi, Djully Mantoani, dá três dicas valiosas. Afinal, poupar é essencial para que as pessoas construam a independência financeira e realizem sonhos. E tão importante quanto poupar é aprender como e onde fazer suas aplicações.
Segundo Djully, a primeira lição vem do livro “O Homem mais rico da Babilônia”, de George Samuel Clason, que orienta: antes de pagar as dívidas você deve se pagar. Segundo ela, o livro a traz a premissa de que as pessoas precisam se conhecer e se pagar, porque o salário vem do seu trabalho e não é justo você pagar a todos e não se pagar. “Não estou dizendo que é para a pessoa não pagar as dívidas. Estou dizendo para elas renegociarem os débitos e se pagar de forma mensal, semanal, de acordo com como recebe”, afirma a especialista ao dizer que com o passar do tempo esse valor destinado pode ir aumentando.
A segunda dica, prossegue Djully, é que, caso a pessoa não consiga ter esse autocontrole de todo mês separar o ‘seu’ pagamento, ela pode encarar essa reserva de recurso como se fosse uma dívida, um boleto. “Um compromisso que paga todo mês, seja no formato de boleto, de programação de poupança ou programação de aplicação. Você coloca o valor no orçamento como se fosse uma dívida. Define um valor e passa a guardar” diz ela ao comentar que isso fará toda a diferença, especialmente para emergência. E exemplifica: “pensa assim: hoje eu não tenho mais nada de dinheiro, mas se o meu telefone quebrar eu não vou lá parcelar um telefone novo? Então, se eu consigo encaixar outra despesa no meu orçamento eu consigo encaixar um recurso para poupar todo mês. Mas tem que honrar!”.
A dica número três é para quem já está conseguindo poupar os recursos. Neste momento, começa-se a pensar em aumentar o volume guardado e a projetar o dinheiro trabalhando por ela. “Dessa forma partimos para a ampliação do estilo de depósito feito. Em vez de só poupança vamos pensar num RDC, num fundo de investimento e fazer com que o dinheiro trabalhe para nós. E quem sabe também pensar em abrir um negócio, em empreender”, acrescenta Djully.
Entre no grupo do Alô Chapada no WhatsApp e receba notícias em tempo real