Falar de educação é falar de gente. É olhar para cada criança como alguém único, com sonhos, emoções e potenciais que florescem quando são vistos com verdade. Ao longo da minha caminhada, entendi que escola boa não é a que ensina mais conteúdos — é a que forma pessoas inteiras.
A escola precisa ser um espaço de vida, onde se aprende a conviver, a cuidar, a sentir, a transformar. Onde afeto e propósito caminham juntos. Onde o currículo importa, sim, mas o vínculo importa mais.
A base dessa transformação está em três pilares que levo como missão: educar para a paz, com sustentabilidade, e com qualidade que alcança a todos. Esses pilares não são apenas metas pedagógicas — são escolhas diárias. São decisões sobre como tratamos cada aluno, como envolvemos as famílias, como cuidamos da nossa equipe e do ambiente ao redor.
A paz começa no bom-dia na porta da escola. Na escuta que acolhe, no limite que orienta, no exemplo que inspira. Sustentabilidade se ensina com projetos, mas também com atitudes: respeitar o tempo das crianças, cuidar dos espaços, valorizar o coletivo. E qualidade com equidade significa garantir que todos tenham a chance de crescer — independente da bagagem que trazem.
Para isso, a presença da família é essencial. Quando os pais entram na escola, o aprendizado ganha potência. Quando o aluno percebe que sua casa e sua escola falam a mesma língua, ele se sente pertencente, motivado e confiante.
A educação que acredito não é perfeita. É viva. E por isso mesmo, é capaz de transformar. Não precisa de fórmulas prontas, mas de coragem para sentir, adaptar, recomeçar. De profissionais que ensinam com o olhar, com a escuta, com o coração.
O futuro que sonhamos começa aqui. Em cada sala de aula, em cada conversa de corredor, em cada gesto que diz: “eu acredito em você”.
Educar, para mim, é isso: criar caminhos de afeto, com propósito e com fé no que é possível construir juntos.
(*) MÁRCIA PEDR'ANGELO é pedagoga, fundadora do Toque de Mãe e Colégio Unicus, coordenadora da PEA Unesco em MT e MS.
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