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Variedades Terça-feira, 01 de Abril de 2025, 18:30 - A | A

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CINEMA

Filme conta a história de batalha que virou símbolo de resistência

Protagonizado pela brasiliense Pâmela Germano, longa A batalha da rua Maria Antônia chega ao circuito comercial de cinemas após sucesso em festivais

Do Correio Braziliense

Uma das histórias mais intensas e marcantes da ditadura militar brasileira ocorreu em São Paulo no dia 2 de outubro de 1968. Alunos da USP e do Mackenzie entraram em conflito na Rua Maria Antônia, na região de Higienópolis, na capital paulista. O embate, que era ideológico, ganhou contornos violentos com uma morte, pessoas feridas e pelo menos 30 presos em um confronto que envolveu o movimento estudantil, secundaristas, a polícia e até infiltrados do extinto Comando de Caça aos Comunistas (CCC). Esse acontecimento é narrado no filme A batalha da rua Maria Antônia, que chega aos cinemas esta semana.

O longa, dirigido por Vera Egito e protagonizado pela atriz brasiliense Pâmela Germano, é uma história ficcional ambientada em meio aos fatos reais que ocorreram naquela rua nos anos 1960. A narrativa constrói a tensão do que a produção chama de "o dia que não terminou". E faz um recorte preciso de como era o movimento estudantil na época e como foi a luta da ditadura."Eu acho que esse não terminar é porque realmente não foi terminado. A gente vive atravessamentos do que aconteceu na ditadura. Todos os dias, em todos os sentidos da nossa vida hoje. No mínimo e no macro", afirma Pâmela Germano ao Correio

 

A atriz entende que o Brasil vive um ciclo que já existia na ditadura e que permanece na experiência atual. "Aqui no Brasil, diferentemente de outras situações ditatoriais, não houve uma reparação que se equiparasse com o mal que foi feito. Uma reparação dessas pessoas que foram mortas, dessas famílias prejudicadas, desses valores que até hoje perpetuam um sistema que é completamente nocivo e violento", pondera.

Portanto, o filme tem um papel de relembrar o brasileiro, contar para as novas gerações a memória da ditadura. "Eu acho que existe uma construção de imaginário", destaca Pâmela que exalta o fato da temática ser mais rara no cinema brasileiro. "É especial porque ele fala da ditadura, mas faz referência ao movimento estudantil. Então, ele fala sobre um conflito de estudantes, fala sobre uma militância dessa faixa etária, desse recorte. Isso é muito precioso".

A atriz chama a atenção para a necessidade de entender o contexto para enxergar o todo e vê no trabalho de Vera Egito uma boa forma de ambientar o público naquela tensão que foi a batalha de outubro de 1968. "A Vera introduz essas figuras que, às vezes, são marginalizadas dentro desse processo de construção de memória", conta. "Não é sobre as mulheres no movimento estudantil, não é sobre as pessoas negras, não é sobre LGBT. Tudo isso é colocado de uma forma natural, porque essas pessoas estavam ali também", complementa.

Porém, o trabalho de imersão é muito maior do que o narrativo. O filme foi gravado em película, em preto e branco e em 21 um planos-sequência para dar a impressão de que o espectador faz parte ou está vendo documentado em tempo real naquele momento. "Eu acho que é uma outra experiência estética. Tudo isso sendo cinema brasileiro, eu acho que enche o olho de ver. A feitura desse filme é uma coisa que me inspira muito", elogia a protagonista.

A atriz vê o filme como uma história com um grito que ressoa nos dias atuais. "Eu, realmente, espero que as pessoas se sintam tocadas por uma história verídica, passional. que fala tanto, mas tanto do Brasil que a gente vive, que chega a ser cirúrgico. É muito cirúrgica essa polarização que se rumina", projeta. No entanto, ela também quer que o filme acerte no lugar histórico. "Eu gostaria que as pessoas ficassem curiosas sobre o que foi esse evento, com o que estava se tratando ali exatamente", acrescenta.

Pâmela tem fé de que o público pode retirar muito dessa história que chega aos cinemas. "Queria que as pessoas fossem tocadas pela temática do filme e tocadas pelo cinema mesmo, pela arte do cinema, pela complexidade que é você se arriscar em uma linguagem ou em formas de fazer uma linguagem", diz, ao exaltar o movimento atual da cinematografia nacional. "Acho que todo o cinema nacional contribui para uma sensibilização. Uma sensibilização não artística somente, mas para uma sensibilização da vida", completa.

Na hora certa

O filme estreia no que parece ser o ápice de uma onda da temática de ditadura na atualidade do cinema brasileiro. Com o sucesso internacional que culminou no primeiro Oscar brasileiro para Ainda estou aqui, A batalha da rua Maria Antônia traz uma história em uma época parecida em outro grande polo cultural e de militância nacional. "Eu estou muito empolgada pelo timing da temática da ditadura, com Ainda Estou Aqui fazendo o sucesso que fez", comenta Pâmela.

 

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