São as pequenas coisas que encontro do alto dos meus 89 anos.
Como esta segunda-feira de clima ameno de fim de agosto.
Consegui marcar meus exames de rotina para amanhã no primeiro horário.
Também meu retorno ao médico especialista para o final de setembro.
Essas pequenas coisas são verdadeiras conquistas!
Cuidar da minha saúde para não dar trabalho a ninguém é tudo que desejo.
Meu único investimento é contratar sempre cuidadoras que me ajudam na administração da minha vida.
Deixei para a enfermeira a parte de medicamentos: compra e horários de tomar.
Quando ela esquece de algum, a minha memória ainda está boa para cobrá-la.
Tenho funcionárias para os cuidados gerais da casa e uma enfermeira para o pernoite.
Pago satisfeito a sua noite tranquila, sinal que estou muito bem de saúde.
Esse é o quadro geral das pequenas coisas que me fazem muito bem.
É importante que o meu celular fique mudo, sinal que tudo está bem com a minha família e amigos.
Coisa boa é escrever enquanto o tempo passa sem deixar rastros.
Mas a melhor coisa que existe é a presença aos sábados dos meus filhos, netos e bisnetos.
Esse ambiente é de rachar de bom, como se falava antigamente.
Minha bisnetinha de quatro meses está na fase de estranhar as pessoas.
Logo que chega aqui, com a casa cheia, ela se surpreende com vozes e imagens que não são do seu cotidiano.
Deixa escapar um chorinho lindo, e logo passa pelo aconchego de braços conhecidos.
São coisas boas, e tão pequenas que nos enchem de felicidade!
Ah! Se tudo fosse assim, acredito que viveríamos no paraíso.
Como é bom relembrar das coisas simples que a vida nos oferece e nós muitas vezes não percebemos.
Termino com o encantamento do chorinho das criancinhas diante do desconhecido.
*Gabriel Novis Neves é médico, fundador e ex reitor da UFMT
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