Quando deixei o escritório já noite, e fui para o dormitório, avistei o prédio em frente ao meu, separado por duas avenidas, todo iluminado com pequenas lâmpadas, e uma estrela de lâmpadas no seu topo.
Quis fotografá-la com o meu celular, porém devido à distância a estrela parecia mais uma bola de fogo.
Quando o síndico desse prédio faz esse lindo arranjo, é por que o Natal está próximo.
Dia 6 de janeiro, dia dos Santos Reis é o último dia do edifício iluminado, voltando no próximo novembro.
Depois, tudo é carnaval com serpentinas e confetes, e as músicas tocadas são antigas, pois ninguém mais compõe músicas carnavalescas, tão lindas e bem-humoradas
Suas marchinhas e sambas eram cheios de duplo sentido e a atriz Virgínia Lane era a campeã do gênero.
O idoso é um poço de recordações adormecidas.
Bastou um simples toque para que momentos passados, voltem à tona.
Este mês que se inicia, tenho sido estimulado a voltar ao passado e não tenho me saído mal
São tantas datas comemorativas e tenho certeza que a "doença do alemão" não me pegou e nem pegará.
Entrando na casa dos noventa tenho muitas lembranças do meu tempo de criança, estudante no Rio de Janeiro, retorno ao meu torrão natal para ser médico do interior.
São fatos reais que às vezes que lembro, parece que não aconteceram.
Pergunto a mim: será que tudo isso aconteceu?
Lembranças, lembranças de toda a minha já longa caminhada.
Se pudesse viver tudo de novo, faria algumas correções quando o assunto for negócios.
Nunca planejei a ficar rico e perdi oportunidades, não arriscando jamais.
Sempre fui muito cuidadoso com relação ao meu futuro financeiro e o que tenho dá para viver com conforto.
Com relação aos outros assuntos faria tudo novamente sem mexer em nada.
O Natal chegou.
*Gabriel Novis Neves é médico, fundador e ex reitor da UFMT
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