O Dia de Finados, comemorado em 2 de novembro, é um momento que nos convida a refletir sobre a vida e a morte, a saudade e a esperança. Em um mundo que muitas vezes lida com a dor da perda de maneira superficial, a frase de Santo Agostinho, “saudade sim, tristeza não”, ressoa com profundidade. Essa citação nos ensina que, com o tempo, a dor da ausência pode ser transformada em uma saudade cheia de carinho e lembranças, ao invés de se tornar um fardo insuportável.
A Igreja Católica, ao celebrar esta data, propõe um espaço de lembrança e oração, não como um momento de luto, mas como uma oportunidade de honrar aqueles que partiram. É um convite à gratidão pelas vidas que tocaram as nossas, pelas memórias que construímos juntos e pelo legado que deixaram. A missa em sufrágio pelas almas dos fiéis defuntos é uma prática que reafirma a crença na vida eterna, trazendo conforto aos que ficam e a certeza de que a separação não é o fim, mas uma transição.
Por outro lado, a perspectiva bíblica também enriquece essa reflexão. A Bíblia nos ensina que a morte não é o desfecho da história, mas um novo começo. Em várias passagens, é ressaltado que a vida continua, que os que partiram estão em paz. As promessas de ressurreição e de um reencontro futuro são fontes de esperança que transformam a tristeza em uma saudade amorosa.
Celebrar o Dia de Finados é, portanto, um ato de amor. É lembrar com carinho das risadas, das histórias compartilhadas e dos momentos que nos moldaram. Em vez de sucumbir ao pesar, podemos escolher honrar a memória dos nossos entes queridos de maneira positiva, relembrando os ensinamentos que nos deixaram e a influência que tiveram em nossas vidas.
Assim, neste dia, convido todos a refletir sobre o significado da saudade. Que possamos celebrar a vida em sua plenitude, mesmo diante da ausência. Que a dor da perda se transforme em uma lembrança acolhedora, repleta de amor e gratidão. Afinal, no fundo, o Dia de Finados é um lembrete de que a vida é um ciclo e que, embora nossos entes queridos não estejam mais fisicamente conosco, suas memórias permanecem vivas em nossos corações.
*Cristina Cavaleiro é jornalista.
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