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Opinião Segunda-feira, 07 de Abril de 2025, 10:04 - A | A

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SIMONE ISHISUKA

O esboço como metáfora para a inovação

Simone Ishisuka

Todo grande projeto começa a partir de um esboço. No mundo da arte, os rascunhos imperfeitos e desalinhados são o primeiro passo para a criação de uma obra desejada. No prisma dos negócios, a inovação parte de uma premissa semelhante: ideias iniciais, muitas vezes imperfeitas, que vão ganhando forma ao longo do tempo.

Como assessora de imprensa e artista visual especializada em nanquim, percebo que tanto na arte quanto na comunicação, o primeiro traço nunca é definitivo – e essa é a beleza de todo esse processo.

Pense em artistas como Tarsila do Amaral. Antes de revolucionar a arte brasileira com Abaporu, ela fez inúmeros estudos e esboços, explorando formas e cores para chegar à sua identidade visual única.

Já trazendo para as técnicas que costumo explorar na minha arte, como o sumiê (arte meditativa em nanquim que combina desenho com elementos de caligrafia), por exemplo, uma pincelada pode parecer casual, mas é fruto de anos de prática, tentativa e erro. E nesse ponto, é interessante refletir que nós, artistas, não esperamos por ideias perfeitas. Ao contrário!

Nesse processo é importante estar claro em nossa mente que a experimentação é essencial para alcançar o resultado desejado. Caso contrário, nada do que começamos será finalizado.

Agora, tente trazer essa lógica para o mundo corporativo. Quantos projetos revolucionários foram descartados porque, no início, pareciam imaturos ou inacabados? O medo de falhar, de apresentar algo que ainda não está “pronto”, por diversas vezes impede o avanço de ideias que poderiam transformar um setor inteiro.

Como profissionais, sejam executivos, comunicadores ou empreendedores, precisamos aprender a valorizar mais esses rascunhos “mal-feitos”. Pois é a partir deles que um novo posicionamento de mercado, uma estratégia de branding, uma campanha de comunicação ousada começa, com um esboço.

Imagine se a Tarsila tivesse se intimidado com os primeiros traços desalinhados? Talvez nunca tivéssemos Abaporu e outras obras cativantes que representam o povo brasileiro mundo afora. Ou, trazendo para a atualidade, e se grandes empresas de destaque tivessem descartado suas primeiras versões? Talvez nunca tivéssemos os produtos inovadores que revolucionaram o mundo.

Inovar exige coragem para mostrar esboços inacabados e disposição para ouvir críticas construtivas. Como assessores de imprensa, temos o papel de incentivar essa mentalidade nas empresas. Mostrar que comunicar inovação é tão importante quanto inovar em si. Compartilhar insights, contar histórias inspiradoras e, acima de tudo, lembrar que toda grande transformação começa com um simples rabisco no papel.

Portanto, da próxima vez que tiver uma ideia que pareça indefinida, não descarte. Rabisque. Teste. Refine. Mas não apague de vez. Afinal, é no esboço que a inovação começa a ganhar forma.

Simone Ishizuka é Jornalista especialista em PR e artista visual

 

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