Vivemos tempos de alta demanda tecnológica em diferentes níveis sociais. E as organizações não são exceção. Segundo pesquisa feita pela IBM, 87% dos líderes empresariais relataram que pelo menos um quarto da força de trabalho global necessitará de formação em Inteligência Artificial Generativa (GenAI) e automação.
Além disso, o estudo revela que os colaboradores concordaram também que o desenvolvimento da IA é uma prioridade. Nesse contexto, eles não apenas precisam se educar para que a organização atinja maior potencial, mas também precisam liderar as equipes internamente. Isso significa que a energia dedicada a novas implementações tecnológicas para automatizar processos rotineiros e aumentar a produtividade deve ser igual à dedicada à promoção de uma cultura de requalificação contínua.
Adicionalmente, devemos considerar a Geração Z, pessoas que nasceram entre 1997 e 2012 e que chegaram recentemente ao mercado de trabalho e têm como uma das principais características a mudança contínuade emprego.
E isso não é pela falta de comprometimento, mas porque 80% buscam dedicar o tempo a algo alinhado aos seus interesses e valores, prioridade que apenas 47% dos baby boomers, os nascidos entre 1946 e 1964, tinham, segundo o relatório do Linkedin Workforce Confidence Index 2022.
Ainda conforme a mesma pesquisa, a Geração Z acredita em uma cultura organizacional mais horizontal, em que as posições, por si só, não são suficientes para persuadir. Sendo assim, a autoridade é reconhecida por meio de ações. Esses dados evidenciam que esse é, provavelmente, o momento mais difícil da história para liderar uma equipe dentro de uma organização.
Há um sentimento comum de: “não nasci para ser líder”. E eles têm razão, pois ninguém nasce líder, uma vez que a liderança é aprendida ao longo do caminho por meio da experiência, relacionamentos, metodologia e estudo.
Há também aqueles que não querem assumir responsabilidades de liderança porque não querem acumular tarefas. E novamente eles estão certos. Vivemos na era da colaboração e e formar equipes adequadas e diversificadas é a chave para o sucesso. Além disso, ferramentas tecnológicas, como assistentes, podem otimizar o fluxo de atividades dos profissionais, mostrando que o todo é sempre mais que a soma das partes.
De qualquer forma, o propósito do líder deve ser algo que esteja bastante claro, primeiramente para ele e, sem seguida, ao restante da equipe. Conforme explica o autor inglês, Simon Sinek, em sua metodologia de liderança ‘Círculo Dourado’, na primeira camada existe o quê e o como, mas no centro está o porquê, que são as razões que explicam e justificam todas as ações.
Portanto, ter um propósito é essencial para as lideranças. Ainda mais nesses tempos em que a tecnologia opera para reinventar setores, a fim de mudar completamente as operações de uma empresa, mantendo apenas a sua essência.
Podemos tomar o exemplo da ex-atriz de Hollywood Gwyneth Paltrow, que se reinventou como empresária criando um roteiro para liderar uma empresa que, atualmente, é uma marca reconhecida em bem-estar e estilo de vida, com iniciativas que vão desde a venda de cosméticos à investigação de terapias alternativas.
Ela relata que, quando começou, não tinha certeza sobre o destino de sua organização, e admite que no início tinha medos, mas sabia do seu propósito: promover um estilo de vida saudável, positivo e sem fronteiras. Ela começou sozinha em sua cozinha e, em seguida, com uma equipe, construiu sua empresa.
Em tempos difíceis para a liderança, a reinvenção não deve ser vista como uma ameaça, mas como uma força motriz para melhorar os processos e atingir o propósito desejado.
*Patrícia Pomies é COO na Globant, empresa nativa digital focada em reinventar negócios por meio de soluções tecnológicas inovadoras
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